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quinta-feira, 13 de março de 2014

A PERGUNTA QUE SE FAZ?


              SEM EXPLICAÇÕES...NATURAL É NATURAL


Parir? Por que?


Um texto da impagável Ana Cris Duarte sobre os motivos que levam uma mulher a querer experimentar o parto natural.



                         “Porque esse é o meu último filho, e eu preciso experimentar o que o meu corpo pode. Quero sentir meu filho passando através da minha bacia, abrindo meus ossos, fazendo eles quase quebrarem pela força do meu filho dentro de mim. Quero sentir meu filho descendo e encaixando sua cabeça nas minhas entranhas, milímetro a milímetro, como se estivéssemos dançando um tango emocionante, onde cada passo fosse totalmente calculado para o resultado perfeito. Quero sentir minhas mucosas cedendo espaço e esquentando a cada contração, quero sentir meu filho passando pelo mesmo lugar por onde ele entrou. Quero me sentir mais perto de Deus, ao ser capaz de produzir uma vida e colocá-la de forma segura neste mundo.


                          Quero sentir meu útero se contraindo com força, porque eu sou mulher e eu me sinto muito orgulhosa de poder gerar, gestar, parir e alimentar uma criança e se eu não vim no mundo para isso, eu não sei exatamente então o que eu vim fazer aqui. Quero sentir cada contração como se fosse o sopro de Deus direto para dentro do meu corpo, fazendo cada célula do meu corpo tremer com a energia desse evento.

                         Quero que meu filho sinta cada uma dessas contrações como se fosse um abraço forte que eu dou a ele, e como se Deus pessoalmente o estivesse embalando. Quero que ele perceba que algo importante e grandioso está para acontecer na vidinha dele. Quero que ele confie em mim para o resto da vida, como sendo aquela pessoa que lhe deu a vida e o colocou em segurança para fora do finito espaço uterino. Quero que ele confie nele mesmo para sempre e saiba que com esforço e perseverança ele consegue o que quiser.


                            Quero que ele saiba para sempre que eu e ele juntos, com o apoio do pai dele e a torcida do irmão, podemos tudo, que não há limitação para a nossa força! Quero provar a mim mesma que sou uma pessoa capaz, que meu corpo não é meu inimigo, pelo contrário, que ele é meu amigo, meu companheiro, meu templo e meu porto seguro. Quero recuperar tudo o que perdi e o que me roubaram quando tive bebê pela primeira vez. Quero me sentir poderosa, forte, vitoriosa, criativa, emotiva, grande, bonita, durante o parto e para sempre.


                         Quero que meu filho nasça e venha imediatamente para o meu colo, para os meus braços, para os meus lábios, para as minhas mãos, para os meus peitos, e para isso preciso ter um parto natural. Quero que meu filho nasça em paz, sem dor, sem ser arrancado das minhas entranhas porque eu não me esforcei o suficiente. Quero que, se as intervenções forem necessárias, elas só o sejam porque eu fiz tudo o que estava ao meu alcance para evitá-las. Quero que meu filho nasça livre de drogas, e que assim permaneça por toda a vida, para que ele possa sentir sempre a beleza da vida de cara limpa, de pele limpa, de olhos limpos.

                        
                          Quero que ele se sinta calmo e seguro, por estar sempre nos braços meus ou seus, ouvindo minha voz ou a sua, e não fique sozinho chorando num berço aquecido, sem um único som familiar para se acalmar. Quero sentir-me mais capaz quando tudo isso terminar. Quero sentir minhas entranhas se abrirem e desabrocharem dando uma vida nova a essa criança. Quero sentir a dor, a ardência, o tremor, o prazer e a glória de parir. Quero me sentir mulher.”

Escrito por Rafaelly Viegas.

ARQUIVO/POSTAGEM: PROFESSOR/PESQUISADOR: NONNATO RIBEIRO
Material/Postagem: www (REDE MUNDIAL)

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